Luz sobre a Memória- Entrevista com Antonio Lopes

Será lançado no dia 23 de dezembro, às 19 horas, na Casa da Cultura Jonas & Pilar, em Buerarema o novo livro do escritor Antonio Lopes. Autor de: Buerarema falando para o mundo (Letra Impressa/1999), Solo de trombone – ditos & feitos de Alberto Hoisel (Editus-UESC/2001), Luz sobre a memória (Agora Editoria Gráfica/2001) e Estória de facão e chuva (Editus-UESC/2005) o escritor relança Luz sobre a Memória com duas crônicas inéditas.


Em que contexto você escreveu LUZ SOBRE A MEMÓRIA?
É preciso lembrar que a crônica é um gênero essencialmente jornalístico (daí ser chamada de crônica de jornal). No meu caso não foi diferente do contexto em que se viram (sem nenhuma intenção de comparar!) Machado de Assis, Fernando Sabino, Hélio Pólvora, Drummond e tantos outros: publiquei Luz sobre a memória em jornal, depois em livro.

 Quais os temas mais abordados em suas crônicas?
Meus temas são a vida do interior (no caso, Buerarema), os tipos, as situações. Na definição de Marcos Santarrita, eu falo de entes marginalizados, “o chamado povinho, de onde na verdade nasce toda cultura, grande e pequena: os mendigos, os doidos, os bêbedos, as prostitutas, os mitômanos – enfim, um rico universo [bueraremense] que ninguém, passando por um burgo tão pequeno, ainda mais naquele tempo, sonharia existir”.


O que muda nessa reedição?
Essa reedição tem dois textos novos. Estes, únicas exceções, não vêm do jornal, foram uma “exigência” do editor Gustavo Felicíssimo. Ele fez a encomenda e eu, sob pressão, estava com as duas estorinhas prontas no dia seguinte. As outras 34 crônicas tiveram a linguagem atualizada e, por um velho hábito, várias frases refeitas.

Como é o seu processo de escrita?

Sou essencialmente preguiçoso. Não acredito em inspiração, mas em pressão: se é pra fazer, eu sento e faço (como no caso das duas crônicas novas). A verdade é que os livros (com exceção de Solo de trombone, que não é de crônicas) só saíram porque eu tinha de preparar os textos para o jornal.

Ao escrever , você pensa em algum público específico? 
Penso num ente genérico, indefinido, inespecífico chamado leitor. E, pasmem, penso em mim como crítico. Se eu não gostar, não publico, pois seria subestimar o leitor, impingindo-lhe uma baboseira que eu mesmo não aprovo. Sendo assim, ele não aprovará.

Ainda sente ansiedade nos dias que antecedem a publicação de um livro?
É difícil falar disso sem cair no lugar-comum: friozinho na barriga, sensação de estar à beira de um parto... Quando a gente escreve e entrega ao público entrega-se ao julgamento – e todos nós temos vontade de ser aceitos. Eu não sou diferente.

O que o leitor pode esperar de LUZ SOBRE A MEMÓRIA?

Esta reedição sai 12 anos depois, por isso o editor considerou a existência de um público novo (o jovem adulto de hoje era pré-adolescente em 2001), potencialmente interessado. Acho que são estórias de razoável qualidade, que não decepcionarão esses novos leitores. Tomara que a crítica deles me seja leve.



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